quarta-feira, 29 de maio de 2013

ECOmAGENTE no delicado tema do esgoto sanitário.

Na manhã de sábado, 25/05/13, iniciamos mais um módulo do projeto ECOmAGENTE com a apresentação do filme em animação – “História das Coisas”, que a maioria dos ecoagentes ainda não conheciam. Trata-se de um curta, em formato de documentário, sobre as inter-relações do processo de produção, consumo e descarte na sociedade atual, bem como, seus impactos ambientais e sociais para a manutenção do sistema econômico baseado no consumo de bens.


Após uma breve reflexão sobre o filme, passamos para mais um tema associado ao saneamento básico – esgoto sanitário. Tema delicado, mas comum a todos, uma vez que faz parte da natureza humana e que, portanto, precisa de um tratamento especial. 

Apresentamos uma reportagem da TV Globo que retrata a triste realidade brasileira quanto ao tratamento de esgoto, onde mais da metade (53%) de todos os domicílios brasileiros não tem sequer o esgoto coletado.  Ainda nesta reportagem foi mostrado o sistema de biodigestores, uma alternativa de baixo custo e que foi amplamente disseminada na cidade de Petrópolis.

Link do Vídeo Sobre a reportagem:

Os dados apresentados na reportagem foram baseados na pesquisa realizada pela organização TRATA Brasil (http://www.tratabrasil.org.br/), em conjunto com outras instituições para elaboração de um ranking do saneamento básico a fim de avaliar as 100 maiores cidades brasileiras. Dentre elas, Niterói se destaca como a melhor do Estado do RJ e a nona colocada do Brasil.


Apesar deste destaque da cidade, a comunidade da Grota pertence à porcentagem da população que não possui saneamento adequado. Boa parte do esgoto das casas é drenado direto para o canal de São Francisco ou para fossas e/ou apenas sumidouro sem a devida manutenção, acarretando a contaminação do solo e das águas subterrâneas.

Aproveitamos para apresentar a definição de esgoto como efluentes (águas usadas), dividindo-se em efluentes industriais, domésticos e pluviais.  O esgoto doméstico, que inclui os usos humanos, se divide em águas cinzas, utilizadas para limpeza (banho, lavar roupa, lavar louça, etc) e águas negras, que contêm fezes e urina.  
Quando lançados sem tratamento geram uma série de impactos como:
IMPACTOS NA SAÚDE:
·         7 crianças morrem todos os dias no País, vítimas de diarréia, e mais de 700 mil pessoas são internadas a cada ano nos hospitais públicos em conseqüência da falta de coleta e de tratamento dos esgotos;
·         Dos 462 mil pacientes internados em 2009 por infecções gastrointestinais, 2.101 faleceram no hospital; destes, 1.277 poderiam ter sido salvos caso houvesse acesso universal ao saneamento básico (DATASUS, 2009);
IMPACTOS NA EDUCAÇÃO:
·         Crianças expostas aos esgotos aprendem 18% menos
IMPACTOS NO TRABALHO:
·         217 mil trabalhadores precisam se afastar de suas atividades todos os anos devido a problemas gastrointestinais ligados à falta de saneamento;
·         11% das faltas do trabalhador estão relacionadas ao mesmo problema;
IMPACTOS NA ECONOMIA:
·         18% é a valorização média que o valor dos imóveis poderia sofrer caso houvesse acesso universal à rede de esgoto;


Como alternativa, mostramos a possibilidade do canteiro Bioseptico para tratar de forma natural o esgoto. Técnica cuja eficácia é comprovada e que poderia ser utilizada em casas com pequeno quintal.

Vídeo - Canteiro Bio-séptico - Tratamento natural de esgoto


Apresentamos, ainda, a técnica do banheiro seco, uma alternativa sanitária de baixíssimo custo que, em vez de tratar o cocô como um efluente, trata-o como um resíduo compostável. Para tanto, utiliza-se serragem ou pó de serra no lugar da descarga de água e, assim, o cocô pode ser destinado em uma composteira e virar terra para cultivo de plantas não comestíveis. Claro que para isso é necessário um terreno ou quintal, o que torna a técnica viável apenas para casas ou construções de um pavimento.


Promovemos o debate sobre o esgoto a partir da reflexão sobre o desperdício de água tratada nos vasos sanitários (uso das descargas), que viram águas negras e são encaminhadas, junto com as águas cinzas, para um tratamento, quando existe, que irá separar a água dos sólidos. A água supostamente tratada será lançada em um corpo hídrico e os sólidos, como lodo, irão para um aterro sanitário.

Ao final do encontro, alguns ecoagentes levantaram uma questão para reflexão: Por que, com a existência de tantas técnicas de baixo custo, ainda carecemos vergonhosamente de saneamento no Brasil?


Contribuição:
Vinícius Palermo e Clarissa Pimentel
Maio 2013
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