Na manhã de sábado, 25/05/13, iniciamos mais um módulo do
projeto ECOmAGENTE com a apresentação do filme em animação – “História das
Coisas”, que a maioria dos ecoagentes ainda não conheciam. Trata-se de um
curta, em formato de documentário, sobre as inter-relações do processo de produção,
consumo e descarte na sociedade atual, bem como, seus impactos ambientais e
sociais para a manutenção do sistema econômico baseado no consumo de bens.
Após uma breve reflexão sobre o filme, passamos para mais um
tema associado ao saneamento básico – esgoto sanitário. Tema delicado, mas
comum a todos, uma vez que faz parte da natureza humana e que, portanto,
precisa de um tratamento especial.
Apresentamos uma reportagem da TV Globo que retrata a triste
realidade brasileira quanto ao tratamento de esgoto, onde mais da metade (53%)
de todos os domicílios brasileiros não tem sequer o esgoto coletado.
Ainda nesta reportagem foi mostrado o sistema de biodigestores, uma
alternativa de baixo custo e que foi amplamente disseminada na cidade de Petrópolis.
Link do Vídeo Sobre a reportagem:
Os dados apresentados na reportagem foram baseados na pesquisa
realizada pela organização TRATA Brasil (http://www.tratabrasil.org. br/),
em conjunto com outras instituições para elaboração de um ranking do saneamento
básico a fim de avaliar as 100 maiores cidades brasileiras. Dentre elas,
Niterói se destaca como a melhor do Estado do RJ e a nona colocada do Brasil.
Apesar deste destaque da cidade, a comunidade da Grota
pertence à porcentagem da população que não possui saneamento adequado. Boa
parte do esgoto das casas é drenado direto para o canal de São Francisco ou
para fossas e/ou apenas sumidouro sem a devida manutenção, acarretando a
contaminação do solo e das águas subterrâneas.
Aproveitamos para apresentar a definição de esgoto como
efluentes (águas usadas), dividindo-se em efluentes industriais, domésticos e
pluviais. O esgoto doméstico, que inclui os usos humanos, se divide em águas cinzas,
utilizadas para limpeza (banho, lavar roupa, lavar louça, etc) e águas negras,
que contêm fezes e urina.
Quando
lançados sem tratamento geram uma série de impactos como:
IMPACTOS NA SAÚDE:
· 7
crianças morrem todos os dias no País, vítimas de diarréia, e mais de 700 mil
pessoas são internadas a cada ano nos hospitais públicos em conseqüência da
falta de coleta e de tratamento dos esgotos;
· Dos 462
mil pacientes internados em 2009 por infecções gastrointestinais, 2.101
faleceram no hospital; destes, 1.277 poderiam ter sido salvos caso houvesse
acesso universal ao saneamento básico (DATASUS, 2009);
IMPACTOS NA EDUCAÇÃO:
· Crianças expostas aos esgotos aprendem
18% menos
IMPACTOS NO TRABALHO:
· 217 mil trabalhadores
precisam se afastar de suas atividades todos os anos devido a problemas
gastrointestinais ligados à falta de saneamento;
· 11% das
faltas do trabalhador estão relacionadas ao mesmo problema;
IMPACTOS NA ECONOMIA:
· 18% é a valorização
média que o valor dos imóveis poderia sofrer caso houvesse acesso universal à
rede de esgoto;
Como alternativa, mostramos a possibilidade do canteiro
Bioseptico para tratar de forma natural o esgoto. Técnica cuja eficácia é
comprovada e que poderia ser utilizada em casas com pequeno quintal.
Vídeo - Canteiro Bio-séptico - Tratamento natural de esgoto
Apresentamos, ainda, a técnica do banheiro seco, uma alternativa
sanitária de baixíssimo custo que, em vez de tratar o cocô como um efluente,
trata-o como um resíduo compostável. Para tanto, utiliza-se serragem ou pó de
serra no lugar da descarga de água e, assim, o cocô pode ser destinado em uma
composteira e virar terra para cultivo de plantas não comestíveis. Claro que
para isso é necessário um terreno ou quintal, o que torna a técnica viável
apenas para casas ou construções de um pavimento.
Link para o Vídeo - Dica - Como fazer um sanitário seco
Promovemos o debate sobre o esgoto a partir da reflexão sobre o
desperdício de água tratada nos vasos sanitários (uso das descargas), que viram
águas negras e são encaminhadas, junto com as águas cinzas, para um
tratamento, quando existe, que irá separar a água dos sólidos. A água
supostamente tratada será lançada em um corpo hídrico e os sólidos, como lodo, irão
para um aterro sanitário.
Ao final do encontro, alguns ecoagentes levantaram uma
questão para reflexão: Por que, com a existência de tantas técnicas de baixo
custo, ainda carecemos vergonhosamente de saneamento no Brasil?
Contribuição:
Vinícius Palermo e Clarissa Pimentel
Maio 2013
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